controvérsias
A lista de checagem do Planejamento Defensivo no tratamento ortodôntico ou
Os fatores preditivos das reabsorções dentárias
ChecklistforDefensivePlanningforOrthodonticTreatmentorThepredictive factorofdentalresorptions
AlbertoConsolAro*
Resumo Abstract
Ainda há dificuldades em ado- tar-seoprotocolo “Planejamento DefensivoparaoTratamentoOr- todôntico” quanto à ocorrência das reabsorções radiculares. Usando-se uma linguagem mais direta e objetiva, apresentamos uma lista de checagem sobre os fatores preditivos dasreabsorções dentárias no tratamento orto- dôntico, umverdadeiro guiaprá- tico para a prevenção das reab- sorções radiculares consequentes daterapêutica ortodôntica.
In the orthodontic treatment, it is not supposed to be considered thegenetic and/or hereditary pre- disposition as a predictive factor
Theriskfactors,or predictive, involved in dental re- sorption havelocalorigin andare easy to control and be prevented by the professional. The calcu- lated risk, withtheconsent ofthe patient, mischaracterize the neg- ligence andincompetence.
Dental movement. Predictive factors.
» O autor declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
A formação profissional requer muitas informações técni- cas permeadas por reflexões sobre os vários aspectos da vida, inclusive as formas e o tempo requerido e necessário para que o clínico tenha acesso às informações em seu dia a dia. Essa troca de experiências clínicas e de resul- tados de pesquisas entre os profissionais se faz formalmen- te por meio da literatura, via periódicos em papel e virtuais, além dos livros publicados.
1º – Traumatismo dentário prévio: fraturas, trincas de es- malte, dentes “hígidos” escurecidos, grandes reconstruções coronárias e tratamento endodôntico sem aparente relação com cáries podem ser sinais clínicos e radiográficos de trau- matismos anteriores. Em muitos casos, os pacientes não re- latam a história de traumatismo prévio durante a anamnese. Essas reabsorções, quan- do não diagnosticadas, podem ser exacerbadas durante o tratamento ortodôntico, mais pelo tempo transcorrido do que pelo próprio tratamento. Se não diagnosticadas no planejamento, posteriormente poderão ser atribuídas a ele como sua causa, indevidamente. Para tal afirmação, foram examinados 708 séries de radiografias pe- riapicais, perfazendo 13.263 dentes3.
3º – Raízes triangulares: o uso de forças e movimentos menos agressivos à morfologia radicular é importante, pois, raízes triangulares tendem a apresentar mais reabsorções
4º – Ápices afilados: nesses dentes deve-se compatibili- zar o uso de forças e movimentos menos agressivos. Quan- do os ápices terminam muito afilados, como a ponta de uma pipeta, tendem a concentrar muita força em uma pequena área, aumentando a chance de matar cementoblastos.
5º – Ápices com dilaceração radicular: os ápices com dila- ceração apical, ainda que discretamente, dentro do possível, devem ser aliviados quanto à concentração e intensidade de for- ças, pois tendem a levar a arredondamentos mais significativos. Mesmo uma ancora- gem simples deve ser ampliada. As cristas triangulares são mais flexíveis e atenuam as forças aplicadas sobre o dente.
8º – Movimentos extensos: será maior a probabilidade de ocorrerem reabsorções dentárias.
9º – Extrações dentárias no tratamento: provavelmente por que os tratamentos com extrações tendem a usar mecânicas mais pesadas e os movimentos tendem a ser mais extensos.
10º – Mecânicas intrusivas: o efeito intrusivo se consegue levando os dentes em direção ao osso por meio de fortes movimentos de inclinação, os quais concentram muita força no ligamento periodontal apical e, infelizmente, às custas de reabsorções dentárias mais severas. O menor tempo de tratamento, dentro do possível, respeitando-se os limites bioló- gicos, pode favorecer o paciente quanto à reabsorção radicular.
13º – Retratamento ortodôntico: os dentes dos pacientes a serem retratados devem ser analisados imaginologicamen- te de forma minuciosa para o pleno conhecimento diagnósti- co da situação atual do caso. Por mais ético que se possa ser
14º – Movimento dentário e/ou ancoragem nas corticais: a maior densidade das corticais não permite dissipação de for- ças pela estrutura óssea. Toda a força aplicada sobre um dente nas corticais atuará sobre as estruturas periodontais, podendo lesar a camada cementoblástica protetora da raiz. Sugere-se diminuir a intensidade da força, como um desconto daquela força que seria aplicada se o dente estive sendo movimentado ou ancorado em um osso trabeculado, mais flexível.
15º – Áreas ósseas densas ou esclerosadas: da mesma forma que nas corticais ósseas, a capacidade de absorção de forças aplicadas no dente ao passar por uma área de maior densidade óssea maxilar é muito menor, ou seja, toda a for- ça atuará no ligamento periodontal. Nesses casos, recomenda-se diminuir a intensidade da for- ça para descontar a parte da força que seria dissipada se a área fosse trabeculada, assim poupando os cementoblastos e reduzindo a possibilidade de reabsorções radiculares. Nos maxilares, as áreas de osteoesclerose são muito comuns e geralmente diagnosticadas como osteíte esclerosante focal.
16º – Anodontia parcial: os portadores de anodontia par- cial, em função da simplificação morfológica que apresentam seus dentes e arcadas, apresentam maior frequência de den- tes com raízes triangulares e curtas, assim como têm cristas ósseas retangulares pelos espaços anodônticos presentes. Ao mesmo tempo, os movimentos dentários tendem a ser maiores que nos pacientes sem anodontia parcial. A anodon- tia por si só não apresenta qualquer predisposição genética ou hereditária para as reabsorções dentárias.
Os fatores de risco ou preditivos envolvidos nas reab- sorções dentárias têm natureza local e são passíveis de controle e prevenção por parte do profissional, como re- velados anteriormente.
fAToREspREdiTiVos
Risco 0
Risco 1
Risco 2
Risco 3
Traumatismo dentário prévio
Reabsorção dentária não ortodôntica previamente existente
Raízes triangulares
Ápices afilados
Ápices com dilaceração radicular
Raízes curtas com menos que 1,6 vezes a coroa
Crista óssea alveolar retangular
Movimentos extensos
Extrações dentárias no tratamento
Mecânicas intrusivas
Uso de elásticos intermaxilares
Tempo de tratamento
Retratamento ortodôntico
Movimento dentário e/ou ancoragem nas corticais
Áreas ósseas densas ou esclerosadas
Anodontia parcial
Concentração de forças
Paciente:
Risco de reabsorção dentária no tratamento ortodôntico: